Thomaz Campacci – ANEL/ SP
No carnaval desse ano, os garis do Rio de Janeiro
pararam suas atividades para gritar para todo o país, em alto em bom som, que
não iam mais tolerar as condições de trabalho que impunha a prefeitura de
Eduardo Paes. Estampado no abre-alas de um dos atos, lia-se “Se o prefeito quer
fazer a Copa, os garis querem fazer as compras”. Varreram a burocracia
sindical, que tentava boicotar sua luta. E o governo teve que ceder. Os garis
trouxeram à tona que, com resistência e mobilização é possível alcançarmos
vitórias.
De lá para cá, como numa maré de lutas, uma série
de categorias tem se mobilizado por melhores condições de trabalho: garis
de várias outras cidades, rodoviários, petroleiros, professores, servidores
municipais, técnico-administrativos das federais, funcionários da saúde, entre
outras. Hoje, 26 de maio, já temos notícias de mais duas greves: Rodoviários de
Salvador e Garis de Porto Alegre.
Os motivos todos nós sabemos: no país da Copa do
Mundo, os salários compram cada vez menos. O Brasil segue sendo um dos países
de maior desigualdade sócio-econômica. Enquanto a esmagadora maioria da
população trabalha muito em troca de salários cada vez menores em empregos cada
vez mais difíceis de conseguir, uma pequena parcela da população, os patrões,
enriquecem às custas da exploração dos trabalhadores. Aliado a isso, a política
econômica do governo Dilma segue sendo a de seu antecessor partidário, e também
muito parecida às anteriores: para as grandes empresas, tudo; para os serviços
públicos, nada. As condições de vida dos brasileiros encontram um cenário de
contradição, pois bilhões foram investidos para a realização do mundial,
bilhões financiando a iniciativa privada, e ao mesmo tempo, a vida do
trabalhador só piora.
É com esse espírito de contestação que as categorias entram em luta, dizendo tanto às direções sindicais pelegas (que tentam a todo custo frear suas mobilizações) quanto aos governos e patrões, que não suportarão calados. Até o dia de hoje, estão acontecendo greves em diversos setores e categorias por todo o país. Dizemos aos Rodoviários de São Paulo, Grande São Paulo, São Luís e Salvador; professores e profissionais da educação básica de diversas cidades e estados do país; professores e servidores de universidades federais e das estaduais paulistas, como USP, Unicamp, UNESP; petroleiros do Comperj, entre muitos outros: sua luta é a nossa luta! A ANEL apoia e presta solidariedade aos trabalhadores em greve, pois acredita que a união entre a juventude e os trabalhadores é fundamental para alcançarmos nossos sonhos. Juntos somos mais fortes!